sábado, 30 de abril de 2011

MESTRE

A história do homem tem dado indícios de quais ingredientes poderiam ser levados em consideração para qualificar alguém como Mestre. Mas hoje, o que significa ser um Mestre? Costumamos considerar Mestre, aquele que é versado, habilitado ou capacitado em uma arte ou ciência. Por exemplo, Vila-Lobos na música, Jorge Amado na literatura, Oscar Niemayer na Arquitetura, Aleijadinho na arte barroca, Einstein na física e tantos outros.




O dicionário Aurélio nos dá alguns indicativos:



"Mestre".... 1.Homem que ensina; professor; 2.Aquele que é perito ou versado numa ciência ou arte...3.Homem superior e de muito saber: 4.Aquele que se avantaja em qualquer coisa: Em criar confusões ele é mestre...11.Diretor espiritual; mentor, confessor...13.Aquele que tem o mestrado (5)...21.Bras. Cap. Título concedido a capoeiristas mais experientes, com notório saber e longa vivência na capoeira...23.Que é superior a... 25.Que é o mais importante; que serve de base ou de guia; principal, fundamental:



Nas Artes Marciais, ao longo da história, fomos associando este título a indivíduos realmente excepcionais, tais como: Ms Sokaku Takeda (Daitoryu Aikijujutsu), Ms Murihei Ueshiba (Aikido), Ms Funakoshi (Karatê), Ms Young Sul Choi (Hapkido), Ms Choi Hong Hi (Taekwondo), Ms Hwang Kee (Môo Duk Kwan) entre tantos que deram uma contribuição espetacular para inúmeras modalidades de Artes Marciais ou Esportes de Combates e tantos outros com o mesmo grau de importância.



Todavia, nestes últimos anos muita coisa mudou. Alguns valores deram espaço a outros que até então eram inconcebíveis. A modernização das Artes Marciais, na tentativa de se adaptarem aos novos tempos, fez com que perdessem sua essência, como a luta pela sobrevivência ou o vencer para não ser vencido, a união entre a prática física e a espiritual, a filosofia, ou sua própria história dando lugar ao novo, ou seja, às competições, às exibições e o espetáculo.



Não seria radical afirmar que estamos na contramão da história e que nos perdemos no nosso próprio egoísmo, desrespeitando todo um acúmulo de centenas de anos de trabalho de um considerável conhecimento das potencialidades humanas.



Ora, hoje o termo mestre é usado como cordialidade ou educação pelo conjunto da sociedade. Também pertence ao meio acadêmico, referindo-se àquele que conclui um curso Stricto-sensu, um mestrado.



Para as Artes Marciais este termo é uma designação a praticantes muito experientes e com longo tempo de estudo de sua arte.



No Taekwondo, não é diferente. Os praticantes, depois de atingirem o estágio de Faixa Preta reiniciam um outro e longo caminho de aprendizagem e essa graduação é geralmente denominada Dan, do 1º ao 9º ou 10º.



Até bem pouco tempo não era comum encontrar pessoas com essas graduações, o que para muitos dos praticantes significava um sonho. Hoje isto mudou, ser um Faixa Preta perdeu o encanto. Aquilo que era algo de difícil acesso ou conquista, perdeu o charme. Encontramos Faixas Pretas em qualquer lugar. E o que é pior, com comportamento totalmente incoerente com o estágio conquistado.



Já que ser graduado com Dans ficou comum, a moda agora é virar mestre. E alguns chegam a este estágio de maneiras tão estranhas que chega a espantar; o comércio, a politicagem, chantagem, submissão, subserviência, prestação de serviços, favores e tantas outras. Menos com treinos, dedicação, reflexão, humildade, meditação e compromisso com a conduta adequada. Ser um mestre hoje se popularizou tanto que já esta perdendo a graça; a nova onda, pelo jeito, será ser Grão-Mestre. Grande nem que seja nos dans, já que a maestria e a grandeza do espírito pouco importa. É desagradável ver que muitos graduados querem mais graus e esquecem que grandes conquistas implicam em grandes responsabilidades.



Ser Mestre é uma condição muito especial e não é para qualquer um. Alguns mestres atuais podem até desfilar com seus “risquinhos na faixa”, mas, enganam-se a si mesmos e a outros expondo as Artes Marciais ao descrédito. O lamentável é que não adquiriram isso sozinho, tiveram um Grão-Mestre que compactuando com estas discrepâncias, não percebendo que também se tornariam vítimas nessa banalização de Dans e Mestres; sem contar o desrespeito com aqueles que fazem jus a tal distinção.



Na essência da nossa reflexão, o verdadeiro mestre é, portanto, aquele que se tornou senhor de si, isto é, mestre de si mesmo. Alguém com o espírito diferenciado e mais próximo da iluminação. Segundo Georges Gusdorf: “Professores há muitos; mestres, dignos deste nome raros o são. O mestre é. Porque a sua vida tem um sentido, ensina a possibilidade de existir (...).” Entende-se que os professores ensinam por palavras, com os Mestres aprendemos por ações e exemplos.



Jesus, segundo o Evangelho de São Lucas 6:40 disse: Não é o discípulo mais do que o seu mestre; mas todo o que for bem instruído será como o seu mestre. Não seria esta a missão de um Mestre? Colaborar para crescimento e independência do aluno? Não seria ensiná-lo a andar por si só e poder se orgulhar por dar essa contribuição? Não seria este o ideal de criação dos nossos filhos?



A questão do ser mestre vai muito além da própria definição. É muito mais que um adjetivo, é uma condição, um papel que se desempenha. Por isso, devemos considerar que esse termo especial nem sempre é usado para definir qualidade, pois há casos em que o sujeito é mestre, mas em algo nada louvável. Consideremos que alguém somente será um verdadeiro mestre, se tiver alunos, e essa qualidade só ficará evidente quando houver uma relação de aprendizagem, mas não uma relação simples, algo bem maior para o seu discípulo como; a tarefa de educar, dar rumo, direção, um norte, uma causa, enfim, um sentido para a vida.



No sentido filosófico do termo, a existência do mestre pode ser mensurada pela qualidade de sua obra e pelas atitudes de seus discípulos.



“O mestre e o discípulo não se descobrem como tais senão na relação que os une (...) pode-se dizer que é o discípulo que faz o mestre, e o mestre que faz o discípulo.” Gusdorf (1970:250).



Costumamos fazer muita confusão nesta relação, pois, valorizamos em demasia o título, e esquecemos de sua essência. A relação Mestre / Aluno, implica em um aceitar o outro e se isto não acontece; nada mais tem sentido. Vemos muitos mestres querendo arrancar o respeito pela simples ostentação deste grau, ou até à força, sem perceberem que eles também precisam ser aceitos, pois caso contrário, o ser mestre não significará nada.



Portanto, mesmo que nos esforcemos para manter dentro das Artes Marciais alguns costumes que aprendemos e que continuamos a reproduzi-los, faz-se necessária uma séria reflexão sobre esta questão; caso contrário nos tornaremos “mestres” do nada, e o pior, nem de nós mesmos.



De qualquer forma, mesmo que alguns achem mais prático entender a condição de mestre como um mero grau burocrático, haverá outros em busca de um verdadeiro Mestre, não um instrutor, um professor, um técnico ou um bom treinador, essa é a parte mais fácil. Um mestre no sentido amplo da palavra com igual importância, que se enquadre no sentido mais nobre do termo. Alguém com a missão de ensinar um pouco mais do que técnicas, que saiba conduzir os seus no caminho ideal das artes marciais, além de entender e assumir integralmente sua condição humana.





José Afonso Nunes

F. Preta 2º Dan – CBTKD

Mossoró – RN





Fonte: taekwondonews.com.br



terça-feira, 19 de abril de 2011

FAIXA PRETA

Boa noite,
navegando pela internet, achei um texto interessante e por isso decidi postá-lo para leitura de alguns interessados.


FX PRETA


A PARÁBOLA DA FAIXA PRETA

(Autor desconhecido)

Imagine um lutador de artes marciais ajoelhado na frente do mestre sensei, numa cerimônia para receber a faixa preta obtida com muito suor.
Depois de anos de treinamento incansável, o aluno finalmente chegou ao auge no êxito da disciplina.

"Antes que eu lhe dê a faixa você tem que passar por outro teste" , diz o sensei.

"Eu estou pronto", responde o aluno, talvez esperando pelo último assalto da luta. "Você tem que responder à pergunta essencial: qual é o verdadeiro significado da faixa preta?"

"O fim da minha jornada", responde o aluno, "uma recompensa merecida pelo meu bom trabalho".

O sensei espera mais. É óbvio que ainda não está satisfeito. Por fim, o sensei fala: "Você ainda não está pronto para a faixa preta. Volte daqui a um ano."

Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do sensei.

"Qual é o verdadeiro significado da faixa preta?", pergunta o sensei.

"Ela significa a excelência e o nível mais alto que se pode atingir em nossa arte." responde o aluno.

O sensei não diz nada durante vários minutos, esperando. É óbvio que ainda não está satisfeito. Por fim ele fala: " você ainda não está pronto para a faixa preta. Volte daqui a um ano."

Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do sensei e mais uma vez o sensei pergunta: "qual é o verdadeiro significado da faixa preta?"

"A faixa preta representa o começo - o início da jornada sem fim de disciplina, trabalho e a busca por um padrão cada vez mais alto." , responde o aluno.

"Sim. Agora você está pronto para receber a faixa preta e iniciar o seu trabalho!"

FEDERAÇÃO MUNDIAL DE TAEKWONDO WTF

fonte: http://www.alagoastkd.com/



Fiquem na Paz

Ms. Ruy da Cunha Freitas

segunda-feira, 18 de abril de 2011

PROMOÇÃO

A Academia Tradição de Jardim da Penha - Vitória, estará com uma promoção no mes de abril e maio. Os alunos que fizerem a matrícula, ganharão o uniforme(DO BOK), inteiramente grátis.
Venha, faça sua matrícula e comece treinando com  o uniforme.

Promoção válida apenas para a academia de Jardim da Penha!

Ms. Ruy da Cunha Freitas

VALE A PENA SER ÁRBITRO NO ESP. SANTO?

VALE A PENA SER ÁRBITRO NO ESP. SANTO?


Boa noite a todos,



embora eu tenha consciência que realmente sou "chato", como técnico, afinal de contas reclamo e pondero muito com nossa arbitragem e tenho percebido que alguns não gostam, ou pelo menos olham meio atravessado, quando percebem que o "chato" estará ali. Mesmo assim venho nessa postagem defendê-los.

Sei muito bem que a vida de árbitro não é fácil, pois já estive lá várias e várias vezes, portanto sou conhecedor dos dois lados da moeda. Por isso me sinto a vontade em tecer críticas ou elogiar quando merecem.

Sei que em nosso estado não acontece competições, ou ainda, treinamento para os mesmos tal qual em outros estados, por isso a inesperiência. Sei ainda, que as pessoas que organizam os eventos, não estão nenhum pouco interessada em trazer um número maior de árbitro para os eventos, pois isso gera gastos e assim menos lucro no final. Levando um número certo de árbitro, paga-se menos e menas refeições também. Porém se esquece que aquele árbitro ficará ali sentado a manhã toda, sairá para comer algo, voltará logo, pois as lutas não podem parar, afinal de contas, terão que terminar logo o evento. Ficará tambem a tarde toda trabalhando, muitas vezes com sede, pois não foi uma nem dez vezes que tive que levar água para minhas alunas que atuam na arbitragem, pois estavam com sede. Caso queiram ir ao banheiro, é outra luta, quem ficará no lugar delas, ou deles. Tenho duas alunas que geralmente atuam como árbitras, na verdade tenho pena delas. A Cristina, abriu os olhos e me pediu para não atuar mais como árbitra, pois como realmente estou precisando de mais técnicos na equipe, então concordei que largasse. Mas será que tenho o direito de pedir a elas que continuem se "sacrificando" em pról do TKD, ou ainda, do bolso de alguns.

Pois bem meus caros amigos, fica fácil para mim como técnico esbravejar, reclamar, ou ainda exigir que o árbitro tenha mais atenção quando estiver atuando na função. Mas convenhamos, vai ficar lá o dia todo em pé, luta após luta, e ainda conseguir se concentrar e ser preciso nas tomadas de decisões. Realmente, humanamente impossível.

COMO DEVERIA PENSAR UM ÁRBITRO

Agora iremos para um evento em São Gabriel da Palha. Tal evento começa as 09:30 h, caso eu queira chegar no horário, terei que sair de Vila Velha, às 04:00 h da manhã, portanto acordar em torno das 03:00 h. Minha noite de sono, não existiu, caso durma no ônibus, não conseguirei descansar direito, então como atuar direito? Minha arbitragem certamente será falha. Ou ainda tenho a escolha de ir no sábado, mas aí vem a pergunta. Quem pagará minha hospedagem? Lá também terei que jantar, isso sairá de meu bolso? ou a organização acha que posso dormir no alojamento, dentro do ginásio, ou ainda na praça. Será que eles acham que não sentirei fome? Agora a pergunta que mais dói, qual o valor que eles me dão, como pessoa?

No final me dão R$ 60,00 para custear isso tudo: PASSAGEM, HOTEL, JANTAR E GASTOS PESSOAIS e ainda, todos saem reclamando da arbitragem, até mesmo os organizadores quando seus atletas perdem. No final disso tudo, dependendo do número de atletas, deverei sair de lá aproximadamente as 18h, como foi dá última vez. Portanto só chegarei em Vila Velha, após as 23h. Outra pergunta: Será que vale apena perder meu sono de sábado, o dia todo de domingo trabalhando, sair de lá exausto e ainda encarar uma viagem de 5h para retornar a minha casa, por AMOR ao esporte? Sendo que no final, sairá mais dinheiro do meu bolso (no mínimo R$ 80,00), do que a quantia que entrará (R$ 60,00). Será que as cabeças pensantes "organizadores", no final também sairão perdendo dinheiro? ou eu vou lá trabalhar de graça para eles saírem ganhando bem? Por que eles também não trabalham pelo amor ao esporte, e dividem melhor o ganho deles com quem realmente trabalha no evento?



Na competição, de sangue quente, reclamo, esbravejo, grito. Mas tenho que concordar que os árbitros não são os verdadeiros culpados.

Nos estados da região sudeste (fora o Esp. Santo é claro), a arbitragem funciona mais ou menos da mesma forma. O árbitro é convocado, sai um ônibus da capital, ou geralmente van, que levará os árbitros até o município aonde acontecerá o evento, uma vez lá, terá um hotel para se acomodarem, ou ainda podem sair no mesmo dia do evento, caso a distância permita. O jantar é num restaurante BOM. Findando o evento, o árbitro sairá livre para ele de R$ 80,00 a R$ 100,00 variando o valor de um estado para outro.



Realmente tenho pena da arbitragem, mas também, não posso culpar os organizadores, pois eles estão vendo o lado deles. Qual a culpa deles, se conseguem mão de obra barata, e serviente? Não quero motivar um motim, mas enquanto vocês fizerem o que eles mandam e não impuserem seus direitos e desejos, ficará fácil para eles continuar, o que na minha opinião, é um abuso. Mas como diz a máxima, CADA UM TEM O QUE MERECE.

No mais, uma boa arbitragem em São Grabriel, e provavelmente estarei lá para pertubá-los. Não fiquem chateado comigo, estou apenas vendo e lutando pelos direitos de meus alunos que estão ali. Acredito que vocês também deveriam fazer o mesmo. Não aceitem o que lhes é imposto. Pelo menos assim, terei mais motivo para reclamar, rsrs.


Um forte abraço e fiquem na Paz.



Ms. Ruy da Cunha Freitas
 
Fonte: www.mestreruy.blogspot.com